O Filho do Céu, de cinco em cinco anos, fazia uma viagem de inspeção pela terra. No segundo mês do ano visitava os do leste, indo à venerada montanha de Tai. Ai ele queimava uma grande pilha de madeira e anunciava a sua chegada ao céu; e com os olhares dirigidos para eles, sacrificava à colina e aos rios. Se algum dos espíritos das colinas e dos rios não recebia atenção, era considerado um ato de irreverência.
(Liji, 3 2; 13-15)
No segundo mês, num dia afortunado escolhido pela adivinhação, o povo tinha ordens de sacrificar aos espíritos da terra.
(4 2; 1,7)
Eram dadas ordens (no segundo mês de Verão) aos oficiais, para rezarem pelo povo, e oferecer sacrifícios aos espíritos das colinas, das correntes e de todas as fontes. Isto era seguido pelo grande sacrifício de Verão, a Deus, a pedir chuva, em que se empregavam todos os instrumentos de música. Eram dadas ordens em todos os distritos para sacrificar ao (manes de) vários príncipes, ministros e oficiais que tivessem beneficiado o povo, rezando para que pudessem ter uma boa colheita.
(4 : 2; 2,8)
No primeiro mês do Inverno, o filho do céu reza aos venerados no céu para o ano que vem; sacrifica um boi, um carneiro e um boi castrado, nos altares públicos, aos espíritos da terra, e às portas das cidades e das aldeias; oferece um sacrifício, três dias depois do solstício de Inverno, com os espólios da caça, a todos os antepassados e aos cinco sacrifícios (da família).
(4 : 4; 1,19)
No altar shê eles sacrificavam aos espíritos da terra ... O grande altar shê do filho do céu estava aberto para receber a branca geada, o orvalho, o vento e a chuva e permitir que as influências do céu e da terra tivessem o seu completo desenvolvimento sobre ele. Por esta razão, o altar shê de um estado que tivesse perecido era coberto com telhado, para que não fosse tocado pelo brilho nem o calor do céu. Nos sacrifícios no altar shê eles lidavam com a terra como se esta fosse um espírito. A terra sustentava todas as coisas, enquanto que o céu arvorava os seus brilhantes signos. Eles derivavam da terra os seus recursos naturais; derivavam os governantes (para as suas carreiras de labor) do céu. Assim, eram induzidos a venerar o céu e a amar a terra.
(Li Chi, 9 : 20-1)
Quando uma pessoa morria, iam para o telhado da casa e chamavam pelo seu nome num som prolongado, dizendo: “Volta, fulano”. Depois disso, enchiam a boca do falecido com arroz cru e preparavam ofertas de pacotes de carne crua. Então, olhavam para o céu (para onde o espírito tinha ido) e enterravam o corpo na terra. O corpo e a alma animal (po) vão para baixo; e o espírito inteligente fica nas alturas. Assim também os mortos são colocados com a cabeça para norte, enquanto os vivos olham para o sul.
(7:1; 7)
Chamar a alma é a maneira pela qual o amor recebia a sua consumação e tem nela o espírito expresso pela oração. Procurá-la para ela regressar da região das trevas é uma maneira de a procurar entre os seres espirituais. O voltar da face para norte vem da idéia de que o norte é a região das trevas.
(2 : 2; 1,22)
Uma inscrição com o apelido, o nome e a categoria do morto era preparada e colocada sob as goteiras do telhado, a leste: Entretanto, arranjava-se uma tabuinha de madeira “A primeira tabuinha-do-espírito” e transferia-se o espírito para ela. Era posta em cima ou perto do caixão que agora tinha o corpo dentro. Mais tarde, era movida para leste da cova onde se conservava até depois do enterro. Depois do enterro, esta tabuinha enterrava-se e fazia uma tabuinha permanente (shên chu), diante da qual os sacrifícios familiares eram oferecidos de geração para geração.
(2:2; 1,25)
Tsai-wo (um discípulo de Confúcio) disse: “Ouvi os nomes de kuei e shên, mas não sei o que significam”. O mestre (Confúcio) disse: “O espírito inteligente é de natureza shên, a alma animal é de natureza kuei. É a união de kuei e de shên que forma a mais alta demonstração da doutrina. Todos os vivos têm de morrer, e morrendo regressam ao chão; é isto que chamamos a natureza kuei. Os ossos e a carne desfazem-se cá em baixo e escondidos, transformam-se em terra dos campos. Mas o espírito sobe e é exposto nas alturas, em radiância gloriosa”.
(Li Chi, 21 :2; 1)
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