Li, o "Ritual" - Liji

Mestre e dois discípulos - período Han

A li é para o homem o que o fermento é para o vinho: o homem superior tem mais, o inferior tem menos, Por isto o Sábio, ou o santo governante, cultiva a instauração dos deveres e da ordem segundo a li como meio de reger e controlar a natureza humana. A natureza humana é, pois, o campo cultivado pelo Sábio, o santo governante: ara-o êle com a li, planta-o com a semente dos deveres, limpa-o com a educação e a instrução, procede à colheita com verdadeira humanidade, e goza-o com música. Portanto, a li não é senão a cristalização do direito. Se uma coisa está de acôrdo com os padrões do direito, novas práticas sociais são instituídas, embora as ignorassem os governantes do passado. Exemplo do direito é o encaminhamento de cada classe de pessoas em seu próprio setor, e assim se articula a verdadeira humanidade. Aquêles que seguem o direito, observando o caminho adequado e cultivando a verdadeira humanidade, tornar-se-ão hábeis administradores. A verdadeira humanidade constitui a base da conduta apropriada e encarna a adequação aos padrões do direito. Aquêles que atingiram à verdadeira humanidade tornam-se líderes da espécie humana.

Segue-se, pois, que governar um país sem li é como revolver um campo sem arado. Observar a li sem base nos padrões do direito é como arar o campo e esquecer-se de plantar as sementes. Procurar o direito sem cultivar o conhecimento é como plantar as sementes sem limpar o terreno. Cultivar o conhecimento sem subordiná-lo aos propósitos da verdadeira humanidade é como lavrar o campo e não fazer colheita. E chegar à etapa da verdadeira humanidade sem deliciar-se com ela através da música é como colher e não comer o que foi colhido. Desfrutar a verdadeira humanidade através da música e não chegar à completa harmonia com a natureza é como comer e não ficar nutrido, ou saudável.

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