Texto de Apoio (01) - Confúcio

Yen-Yuan perguntou sobre a virtude perfeita. Disse o Mestre: “Dominar-se a si mesmo e recuperar a correção é perfeita virtude. Se um homem pode por um dia dominar-se a si mesmo e recuperar a correção, tudo o que está sob o céu lhe atribuirá a virtude perfeita; A prática da virtude perfeita procederá do homem mesmo ou dos outros?”.
Yen-Yuan disse: “Rogo-te que me digas as etapas desse processo”. O Mestre replicou: “Não olhes o que é contrário à correção. Não ouças o que é contrário à correção. Não faças nenhum movimento contrário à correção”. Yen-Yuan disse então: “Embora minha inteligência e minha força sejam deficientes, tratarei de levar esta lição à prática”.
(Lunyu, ou Analectos)

O que é dado por Deus é o que chamamos natureza humana. Cumprir a lei de nossa natureza humana é o que chamamos caminho. O cultivo do caminho é o que chamamos instrução.
O Caminho é uma lei a que não podemos, por um só instante que seja em nossa existência, fugir. Se pudéssemos dele escapar, não seria mais o Caminho. Por conseqüência, eis porque o homem moral (ou homem superior) espreita diligentemente o que seus olhos não podem ver, receia e se atemoriza com o que seus ouvidos não podem ouvir.
Nada há de mais evidente do que o que não pode ser visto com os olhos e nada de mais palpável do que o que não pode ser percebido pelos sentidos. Por conseguinte, o homem moral espreita diligentemente seus pensamentos secretos.
Quando as paixões, tais como a alegria, a cólera, o pesar e o prazer ainda não acordaram, temos nosso eu "central" ou ser moral (zhong). Quando essas paixões acordam e cada qual, e todas, atingem uma certa medida e grau, temos a "harmonia", ou ordem moral (he). Nosso eu central, ou ser moral, é a grande base da existência, e a "harmonia", ou ordem moral, é a grande base da existência, é a lei universal no mundo.
Quando nosso verdadeiro eu central e a harmonia forem atingidos, o universo então torna-se um cosmo e todas as coisas chegam a seu completo desenvolvimento e grandeza.
(Zhong yong, ou Justo Meio)

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